quinta-feira, 22 de julho de 2010

Pelos animais


Como se fosse mais uma notícia qualquer daquele telejornal, encaixada em um pequeno intervalo de tempo.
Foi assim que saiu a notícia dos 36 animais que morreram queimados em um pequeno petshop do centro da cidade, devido a um curto-circuito de um ventilador velho que deixaram ligado durante a madrugada. Seguido por um depoimento de um menininho que se sentia muito comovido pois todo dia passava por aquela loja para falar com os animais. Os animais foram deixados na loja como mercadorias, sem a supervisão de nenhuma pessoa. As imagens revelaram gaiolas minúsculas, nas quais viviam e das quais não puderam fugir. Alguns deles estavam a venda, e outros encontravam-se sob tratamento veterinário. Gostaria de entender que tipo de tratamento é este no qual o animal é deixado assim sem ter alguém para socorrê-lo em caso de urgência. Sabemos muito bem que a maioria dos petshops submetem os animais a essas condições. Eu não entendo como uma pessoa acha tão fofinho um cãozinho dentro de uma gaiola minúscula a ponto de comprar. Acho que isso explica o fato de acharem tão lindo os passarinhos nas gaiolas. No mais, acho muito estranho esse gosto exótico por gaiolas.

sábado, 17 de julho de 2010

Falando em Irã...

National Geographic magazine, December 1946


"With the exception of their veils, these girls look, dress, and act like American girls, an interesting sidelight on the New Persia."—Maynard Owen Williams

Estava lendo um blog que trazia a notícia de uma iranina chamada Sakineh Mohammadi Ashtiani que foi acusada em 2006 de ter uma relação 'ilícita', por causa disso recebeu 99 chibatas e foi condenada a morrer por apedrejamento. Nessa prática a mulher é enrolada em um pano branco em pé e enterrada, apenas com a cabeça a cima do chão. E então, atiram-se pedras grandes na cabeça, de modo que causem sofrimento e não a morte imediata.

Para evitar que esta barbaridade aconteça com Sakineh foi criado um site (http://freesakineh.org/) com um abaixo assinado que já conta com 103,632 assinaturas.

Assinar esse abaixo assinado não significa apenas salvar Sakineh, mas também tomar ação contra a execução por apedrejamento e o abuso das mulheres do Irã.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Edição de férias


Férias, noites sem sono repletas de estrelas e feminismo.

Estas são as minhas férias. Noite-dia ajeitando 1327 curvas de luz de estrelas do satélite CoRoT, muitas estragadinhas e outras quase-boas. Tive que passar a noite em claro para conseguir terminar a tempo, tudo isso pra conseguir terminar meu trabalho da reunião de astronomia que vai ser em uma cidade muito fofinha chamada Passa Quatro. Então vale a pena o esforço. Estou aproveitando o tempo livre para descobrir um pouco da leitura feminista. Hoje então, me lembrei de procurar pelo Segundo Sexo da Simone de Beauvoir, e me deparei com uma dificuldade enorme para encontrar este livro nas livrarias, até no sebo super recheado daqui não tem! Optei por baixar na internet.

"Se hoje não há mais
feminilidade, é porque nunca houve. Significará isso que a palavra
"mulher" não tenha nenhum conteúdo? Ê o que afirmam
vigorosamente os partidários da filosofia das luzes, do racionalismo,
do nominalismo: as mulheres, entre os seres humanos,
seriam apenas os designados arbitrariamente pela palavra "mulher"."


Também estou lendo Lendo Lolita em Teerã. Depois de Satrapi com Persépolis, tudo relativo ao Irã se tornou bastante interessante. E neste livro, a autora faz um relato de como era o Irã após a Revolução Islâmica.Ela narra como era a situação nas universidades, a obrigação de usar o véu, a proibição das obras literárias importantes como a própría Lolita, por julgarem o livro obsceno, já que se trata da paixão de um homem por uma menina. Inclusive sua decisão de deixar a universidade e abrir uma turma com suas alunas mais interessas para discutir sobre as obras ocidentais proibidas toda quinta-feira. É um pacote completo.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Quartas de finais


Esse foi o jogo do Brasil que eu mais temia,e acredito que a maioria das pessoas também. Foi a primeira vez que assisti com a família e a casa estava cheia. O primeiro tempo foi tão bom que só fazíamos conversar bobagem de tão confiantes que estavamos daquele jogo, pensávamos que ia ser ganho fácil fácil. Até contamos a quantidade de vezes que minha irmã andou pra lá e pra cá com uma garrafinha de manteiga da terra, repetindo o pratinho de feijão. Minha priminha já tinha mandado eu colocar mais uma estrelinha na minha camisa. Só porque eu pensava que ia desfilar mais vezes pela univsersidade com minha camisa do brasil versão gilete. O segundo tempo foi sem comentários. Acho que nunca gritei tanto durante um jogo.
Como estou assistindo a quase todos os jogos, não pude perder o de Gana contra o Uruguai. Foi difícil escolher quem escolher pra torcer, mas deu Gana pra mim. Afinal, era uma grande oportunidade pra um time africano. E que jogo tenso foi esse? Posso imaginar os torcedores desses times. O jogador de Gana perder um penalti no final, tudo por causa do braço de um jogador uruguaio que não deixou a bola entrar no gol. Que coisa!