domingo, 20 de março de 2011
Vem de longe
Prepara a bolsa. Coloca toalha, o velho vício chamado biscoito recheado e a máquina. Tudo pronto para ir à praia.
Desce ladeira, anda o calçadão, olha o vai-e-vem das pessoas e se depara com o ir-e-vim das ondas. Como uma boa surpresa, encontra um milho verde cheiroso rodeado de gente esperando pelo seu.
O mar, cheio e agitado, queria tomar toda a areia só para ele. Mas timidamente, nos aproximamos e nos aconchegamos num pedacinho de areia.
Coloca a toalha, estira. Senta e silenciosamente espera por ela. Era o dia em que estaria mais próxima de nós. Depois, só daqui a vinte anos.
Horas de espera.
Passa gato, cachorro, crianças correndo das ondas, homem nadando no fundo, mulher caminhando e gente pensando no mundo.
No meio da brincandeira "Olha, lá vem ela!", "Cadê?", "É mentirinha!". Eis que ela surge de mansinho, só um fiozinho de luz e de repente começa a tomar suas proporções.
Como quem estivesse querendo está pertinho do morro do careca. Ela vem iluminando todo o mar, que antes parecia está apagado. E pára, ali bem em cima dele, para pousar para seus telespectadores.
As pessoas se concentram para ver o espetáculo. Umas param e ficam só observando. Outras comentam "Ontem ela nasceu mais cedo e estava enorme também!". E tem aquelas que não perdem a oportunidade e vão para perto dela pousar para uma foto.
Sem perceber seus passos, ela vai subindo e subindo. Pronta para seguir viagem.
Foi bom te ver hoje, Lua.
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